Se ao dormires, sentires um calor nos lábios
que percorre teu corpo em arrepios
lembra que nossas almas percorrem mundos outros
onde nossos corpos não estão...
Se sentires uma mão em tua nuca
que aperta delícias ao ouvido
deixa-te, entrega-te... pois sou eu
quem te toca em carícias
Se vagares em sonhos pouco pudicos
e teu rosto emrubrescer de repente
e tuas mãos escaldantes criaturas
percorrerem meu corpo já ausente
Não te espantes, sente simplesmente!
pois as almas não compreendem distâncias
não seguem regras de boa conduta
não estão assinadas nas estantes
Nem escondem-se em entranhas vazias
não aceitam um não como resposta
não obedecem as leis insanas
não se deixam amputar por moral nem ética
Se ao acordares perceberes rios
assuma o comando desta nau
e se deixe viajar pelas águas transparentes
inunde-se de prazer abstrato
Deixe que a imaginação
conclua nosso ato.
num incomensurável papel em branco...
assino esse oculto ato.
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