Antroposofia, um desafio
Rudolf Steiner
aborda em um de seus livros que, se pudesse,
a cada dia ele chamaria a
Antroposofia de um modo diferente, para que ela
não se cristalizasse em torno de um
conceito, tão viva e dinâmica deve ser ela.
Durante este ano, desde março, vocês leitores do
Peregrino puderam ter acesso a um grupo
de pessoas e entidades que trabalham em suas
diversas áreas, expondo seus pensamentos
todos apoiados na visão antroposófica.
A intenção do grupo sempre foi a de aproximar este
conjunto de ideias, esta maneira de
olhar o mundo, numa oportunidade de fazer chegar
a um número maior de pessoas, de se
tornar mais próximo, mais conhecido.
Ao lado da carreira profissional também acontece o
desenvolvimento pessoal; quem se
entrega a esses conteúdos também é exigente consigo mesmo.
Para fazer este caminho Steiner estabeleceu alguns
passos que, se olharmos os dias atuais,
veremos o quanto precisamos deles.
Se faz necessário a prática de algumas qualidades
anímicas para que possamos fazer frente
a variedade de problemas e decisões em que devemos
atuar com consciência, sendo este o
primeiro passo a caminho da auto-evolução.
A primeira delas é a calma interior, é a possibilidade
de entrarmos em nossa vida anímica
e independente do que ocorre fora de nós, nos
colocarmos numa situação de calma, sem
sermos assolados pela variedade de pensamentos,
sem deixarmos que o exterior adentre
nesse espaço com sons, luzes, etc. Enfim, é ter o total c
ontrole desse espaço interno e só
permitir a calma.
A segunda é a intensa observação do mundo,
observar sem se derramar em conceitos e
preconceitos sobre as coisas do mundo,
observar uma planta, uma pessoa, uma paisagem, o
céu, a água, e nessa observação se abster de si,
deixar o objeto observado mostrar as leis
inerentes a ele.
A terceira é a serena observação dos próprios
atos, colocar-se como objeto de observação e
tanto quanto conseguirmos observar desprovido
de sentimentalismos.
O quarto é a imparcialidade em relação às outras
pessoas, agir imparcialmente significa
isentarmo-nos dos sentimentos que nos ligam ás
pessoas e somente perceber os atos que
devem, estes sim, estarem vinculados a um
código de valores desenvolvidos durante a vida.
A quinta é a tolerância ao encarar opiniões, saber
ouvir pontos de vista contrários com
respeito e tolerância, manter-se sereno, sem levar
as opiniões para o âmbito pessoal.
A sexta são os calorosos sentimentos positivos
com relação ao outro, este é o sentimento de
quem se alegra com o desenvolvimento do outro,
esperar sempre o melhor do outro.
A sétima é a gratidão pelo que se tem recebido
do mundo e do outro, esta qualidade nos
coloca num caminho de abertura para com o
mundo e para com os outros.
A oitava é a equanimidade de sentimentos sem
tornar-se frio, ter equilíbrio, não se deixar
arrastar pelos sentimentos provocados pelas
experiências, não subir nas nuvens quando
tudo está bom, nem descer ao fundo do poço
quando nada corre bem, perceber que nós não
somos àquele momento, nós estamos nele,
não fazê-lo maior do que é, e preservarmos o
que somos.
Estas são qualidades que se forem desenvolvidas
com determinação livre e seguida de
forma persistente se torna parte do próprio caráter,
transformando a pessoa em um ser
melhor. A importância disso é reconhecida por qualquer um.
Por agora ficarei somente com esse primeiro passo,
que se conseguir ser efetuado fará do
nosso mundo um lugar melhor.
Marina Fernandes Calache:
Pedagogia Curativa, Terapeuta do Movimento,
Visão Ampliada pela Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/wordpress/teosofia-parte-2-reencarnacao-do-espirito-e-destino/
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