RENATTA

RENATTA

PARA TRANESCREVER ME FAZ VIAJAR EM LUGARES DISTANTES ONDE O CORAÇÃO E A MENTE VOAMSCREVER AO PAPE

PARA TRANESCREVER ME FAZ VIAJAR EM LUGARES DISTANTES ONDE O CORAÇÃO E A MENTE VOAMSCREVER  AO PAPE
Sou....Mulher amiga, amante, mãe...Mulher que inicia seu dia trabalhando...E termina, amando...Mulher que protege, luta briga e chora.. E que nunca deixa o cansaço.. Tirar o seu sorriso, sua força, a esperança..Que está sempre pronta a amar, e proteger a sua prole... Sua vida, o seu amor..Mesmo que esteja chorando por dentro..No seu olhar esta sempre presente.. A força de lutar por tudo o que quer Mesmo cansada.. Está sempre pronta para seguir em frente..E quando cai, se levanta tirando de sua queda..Uma grande lição..Aprendendo então, a passar por cima das armadilhas da vida.. Mulher Guerreira que se torna..Forte e frágil ao mesmo tempo...Que busca dentro de seu interior a força..Que chora para poder se fortalecer..Através das lágrimas que rolam.. Que se levanta para poder...Levantar a quem está em sua volta..Precisando de uma palavra de carinho..De esperança, de amor... Essa é a mulher guerreira Que se faz de forte..Mas ao mesmo tempo é tão frágil...Como um cristal...Mas que não se deixa quebrar tão facilmente... Sou filha de Iansã....e de Ogum... SIMPLESMENTE RÊ

Seguidores

terça-feira, 10 de junho de 2014

O DIA EM QUE EU MORRI










O DIA EM QUE MORRI

- Lígia Guerra -

Estranho? Nem tanto. Se depois de 
ler esse texto você achar que ainda 
está vivo, ótimo! Caso contrário,
 é bom repensar se ainda existe algum 
sopro de vida aí dentro. 
Vou contar como tudo aconteceu.

A minha primeira parcela de morte 
aconteceu quando acreditei que 
existiam vidas mais importantes e 
preciosas do que a minha. O mais 
estranho é que eu chamava isso de
 humildade. Nunca pensei na
 possibilidade do auto abandono.

Morri mais um pouquinho no dia em
 que acreditei em vida ideal, 
estável, segura e confortável. 
Passei a não saber lidar com as
 mudanças. Elas me aterrorizavam.

Depois vieram outras mortes. Recordo-me
 que comecei a perder gotículas de vida 
diária, desde que passei a consultar os 
meus medos ao invés do meu coração. 
Daí em diante comecei a agonizar mais 
rápido e a ser possuída por uma sucessão
 de pequenas mortes.

Morri no dia em que meus lábios 
disseram, não. Enquanto o meu coração
 gritava, sim! Morri no dia em que abandonei 
um projeto pela metade por pura falta 
de disciplina. Morri no dia em que me
 entreguei à preguiça.  No dia em que
 decidir ser ignorante, bulímica, 
cruel, egoísta e desumana comigo mesma.
 Você pensa que não decide 
essas coisas? Lamento. Decide sim!
Sempre que você troca uma vida 
saudável por vícios, gulodice, 
sedentarismo, drogas e alienação 
intelectual, emocional, espiritual,
 cultural ou financeira, você está 
fazendo uma escolha entre viver 
e morrer. 

Morri no dia em que decidi ficar em
 um relacionamento ruim, apenas
 para não ficar só. Mais tarde percebi
 que troquei afeto por comodismo e
 amor por amargura. Morri outra vez
, no dia em que abri mão dos 
meus sonhos por um suposto
 amor. Confundi relacionamento com 
posse e ciúme com zelo. 

Morri no dia em que acreditei 
na crítica de pessoas cruéis. 
A pior delas? Eu mesma. 
Morri no dia em que me tornei
 escrava das minhas indecisões. 
No dia em que prestei mais atenção
 às minhas rugas do que aos meus 
sorrisos. Morri no dia que invejei ,
 fofoquei e difamei. Sequer percebi
 o quanto havia me tornado uma 
vampira da felicidade alheia. 
Morri no dia que acreditei que preço
 era mais importante do que valor. 
Morri no dia em que me tornei competitiva
e fiquei cega para a beleza da
 singularidade humana. 

Morri no dia em que troquei o hoje
 pelo amanhã. Quer saber o mais 
estranho? O amanhã não chegou.
 Ficou vazio... Sem história, música
 ou cor. Não morri de causas naturais
Fui assassinada todos os dias.
As razões desses abandonos foram
 uma sucessão de desculpas e equívocos.
 Mas ainda assim foram decisões.  

O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não tem 
medo da morte real. 
As que vivem mal é que padecem
 desse sofrimento, embora já estejam
 mortas. É dessas que me despeço.


Assinado,

A Coragem 

Inspirado no meu livro 
"Mulheres às Avessas" 
pela editora Sextante.



Nenhum comentário:

Postar um comentário