Sei bem que algumas pessoas se assustam quando se
deparam com esse assunto e, ao fazê-lo,
têm os seguintes pensamentos:
”ai, não, poesia é chato”,
“Ih, eu não entendo poesia”,
“isso é coisa de intelectual, tô fora”,
ou ainda,
“lá vem sentimentalismo”…
Há muito tempo atrás descobri um jeito de ler
poesia que mudou totalmente a minha relação
com esse universo e hoje posso dizer que a
arte poética é uma das minhas prediletas.
Eu leio poesia da seguinte forma:
escolho um poeta ao acaso
(claro que tenho os meus favoritos como
Drummond de Andrade, Emily Dickinson, Neruda)
e, com o livro nas mãos, leio várias vezes o
poema em voz alta, caminhando.
Na primeira leitura parece que não entendo nada,
tenho até um certo sentimento de rejeição,
de enjoo, pois as palavras ali escritas me
soam aleatórias, as frases não fazem sentido
e eu fico perdida.
É justamente nessa fase que muita gente
abandona o poema e cria para o resto da vida
a ideia de que detesta poesia.
Não pare aí, insista, é preciso prosseguir e
vencer essa etapa, vale muito a pena!
Continue, leia a poesia em voz alta pela
segunda, terceira, quarta vez… sempre caminhando.
Aos poucos você vai perceber que a sua voz vai
ganhando entonação, mobilidade, ritmo,
interpretação e vai se surpreender quando
conseguir ouvir a si mesma.
É ai que o mistério começa a se revelar,
as palavras que antes pareciam sem sentido,
agora ganham significado e você, de fato,
se vê transportada para dentro de outro universo.
Ali, você começa a sentir e a pensar coisas que
jamais lhe ocorreram e percebe com espanto,
que ler poesia é uma experiência que, depois
de vivida, tem o poder de te tornar maior e
melhor do que era antes.
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