Resiliência, termo bastante compartilhado atualmente pelas redes sociais,
é sim agir de forma que não deixe o vento te derrubar como
a árvore que dança no compasso de sopros pra lá e pra cá.
Mas, é bem mais profundo que isso filha. Para Boris Cyrulnik,
a resiliência é a capacidade de a pessoa crescer diante de
problemas terríveis. Problemas advindos de outras pessoas
ou provocados por você mesmo. É um conceito psicológico
emprestado da física, definido como a capacidade de o
indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou
resistir à pressão de situações adversas, choque, estresse etc.,
sem entrar em surto psicológico.
De acordo com o autor Job (2003), que estudou a resiliência
em organizações, argumenta que a resiliência se trata de
uma tomada de decisão quando alguém depara com um
contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer.
Essas decisões propiciam forças na pessoa para enfrentar
a adversidade.
Certo, mas e agora? Como fazer?
Você pode sentir-se aniquilado e sofrer ou aceitar o desafio
e fazer de coisas ruins a transformação positiva que faltava
para sua vida, seguindo em frente. Não é fácil como num passe
de mágica. Não é de um dia pro outro.
Tem que trabalhar a calma, a angústia, o impulso.
O aprendizado.
Boris Cyrulnik teve grande interesse nessa diferença entre
as reações. Ele descobriu que a resiliência não é uma
característica inerente a pessoa, mas algo construído por
meio de um processo natural, “sozinha, uma criança não
têm resiliência... trata de uma interação, um relacionamento”.
É construída estabelecendo relações.
A maioria das pessoas pensa que se uma “trama”
se perder, toda um a vida será desfeita.
Na verdade, “se apenas um único ponto ficar firme,
poderemos começar tudo de novo”.
Emoções positivas e humor são fatores essenciais para
a resiliência. Em suas pesquisas, foi constatado que
pessoas mais aptas a lidar com obstáculos e traumas
da vida são aquelas que conseguem encontrar sentido
nas dificuldades, vendo-as como utilidade para algo
positivo, criativo e enriquecedor. Retiram do sofrimento
e da dor do presente, força através da superação,
imaginação, fé e mudanças de atitudes e comportamentos
em prol da melhoria e crescimento do significado no sentido
da vida.
Após desastres como tsunamis, perda de um ente querido,
doenças, acidentes automobilísticos e até decepções amorosas,
psicólogos testemunham formação de grandes pessoas
que antes se sentiam extremamente inferiorizadas.
Uns tornam-se líderes em grandes empresas,
outros artistas, outros estudam sobre a doença que a fez
perder alguém querido tornando-se referência numa
determinada doença.
Cyrulnik ressaltou a importância de não rotularmos as
crianças vítimas de traumas nem as classificar como dona
de um futuro perdido. O trauma é composto de dois aspectos:
o dano e a representação do Dano.
Muitas vezes a experiência pós-traumática que mais
prejudica a criança são as humilhantes interpretações
dos “adultos”. Rotulações, indiferença e exclusão podem
ser mais prejudiciais e condenatórios que o trauma em si.
Então filha, o melhor é não esperar uma tragédia em sua
vida para se tornar dona do seu próprio destino e opiniões e
edificar-se como fortaleza para o seu bem estar e àqueles
que a cercam. Já pode ir se informando, estudando, preparando,
abrindo abrigos infantis, tratar melhor as pessoas,
dar mais valor aos sentimentos, doar sangue, estudar
mais, se auto conhecer e se caso pelas caminhadas da
vida algo muito ruim acontecer, o sofrimento virá, mas
de forma mais amena. Seu sentimento será entendido.
Você saberá exatamente o que fazer, pois se preparou
com afinco e deu valor a cada minuto de sua existência,
isso te excluirá de qualquer culpa ou medo, vindo bem
facilmente a resiliência te ajudar.
Digo-te que o que conduz a pessoa resiliente sair de
uma situação trágica sem longos períodos depressivos
é a maturidade que ela adquire com a experiência do embate,
do sofrimento. Sendo assim a pessoa resiliente se fortalece na luta.
Como diz o poeta:
” A felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza as pessoas ”
(Mario Quintana)
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