A Dama do Inverno em mim.
As Cores desta manhã estagnaram-se na neblina deixada
pelos braços da noite,
Venho tentando fracassadamente a vários anos esquecer
seus olhos, e tenho visto que por muitas estações teu cheiro
me passa despercebido; Não no inverno.
No inverno tudo que vejo, sinto, bebo, como, respiro,
inexplicavelmente remete a tua lembrança.
Não pelo que foi, mas pelo que ainda insiste em ser, pelo
espaço que não se esvazia, pelos olhos.
Nesta indesejada estação nada sou, além de fragmentos do
que você deixou, um resto limpo de uma metade quebrada.
Nem ao menos me faço decentemente uma metade digna,
minhas partes perdidas em seu hall de memórias esquecidas.
Gostaria de poder te odiar, com minhas infinitas razões, mas
não posso.
Você me tornou esta parte escura de mim mesmo quando se
foi junto ao vento.
Ida sem volta, ida que mata, que chora.
Toda essa escuridão a qual me encontro, é pela claridade que
via em ti, a capacidade de ser de longe a flor mais linda, a dama
mais digna deste meu amor pobre.
Você me fez ser o melhor de todos em um gigantesco jardim,
jardim este que me recuso a ir embora, jardim que enfeio com
minhas pétalas secas.
Dama do inverno em mim, só mesmo queria que estivesse aqui,
tornando isso um sonho de tempo ruim.
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